quarta-feira, 2 de outubro de 2013


ÓCIOS DO OFICIO NA GALERIA DA FAAL - LIMEIRA

Caros amigos hoje abre na Galeria de Arte da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, interior de São Paulo, a reedição de uma mostra que realizei em 2011 na CASA GALERIA em São Paulo. Infelizmente estou impossibilitado de comparecer à abertura da exposição no dia de hoje. Mas a exposição está lá!
Obrigado a Simone Peixoto e Flavia Garboggii pelo gentil convite!

sábado, 13 de agosto de 2011

Ontem 12 de agosto foi a inaugauração da exposição ócios do ofício na CASA GALERIA.
Grandes e bons amigos estiveram presentes!

obrigado à todos!

Poesia de Marco Piantã - ócios do ofício


Ócios do Ofício
Em minha poesia
Ofereço abrigo
à beleza exilada do mundo
que se esconde
por trás de aparências
nas coisas mais insuspeitas
Como um espião
adentro sua morada
procuro nos desvãos
sigo suas pegadas
percorro longas estradas
bato de casa em casa
atravesso madrugadas
atrás da menor evidência
e nada
de repente a encontro desamparada
já totalmente transformada
mal a reconheço
nos objetos mais comuns
mas é ela, é ela...
nos lugares triviais
ela está em toda parte
nos viadutos, nos canais
pelos cantos da cidade
na lama dos temporais
nos trabalhos de arte
é ela, veja
Sua aparição é um momento único
como o piscar de olhos
que revela um desejo secreto
ela agora se revela
nas poças, nos campos
nas mais tenebrosas das favelas
não adianta se esforçar para ver
de nada vale o sacrifício
é preciso estar bem de espírito
é preciso estar no ócio do ofício
Marco Piantã

sábado, 11 de junho de 2011

ÓCIOS DO OFÍCIO

evandro nicolau

de 12 de agosto a 03 de setembro de 2011

http://www.casagaleriacafe.com.br

curadoria e texto de apresentação

Carmen S. G. Aranha

Professora Associada do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MACUSP. Livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes – ECAUSP

Evandro Nicolau

Jaboticabal, 1974

Educador, artista e curador, Evandro Nicolau é graduado pelo Instituto de Artes da UNESP e mestre pelo Programa Interunidades em Estética e História da Arte da USP. Nossa convivência teve início em 2004 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e aí, nas inúmeras vezes que passamos discutindo os rumos de seu trabalho, o interesse comum pela linguagem artística do desenho amalgamou uma conversa que já perdura quase sete anos. Muito profícua para a compreensão dos significados da criação artística, acabou enveredando pelos rumos de uma organização acadêmica: Desenhar: pensamento, expressão e linguagem, dissertação de mestrado defendida por Evandro no Programa Interunidades em Estética e História da Arte da USP, em 2010. Junto a essa produção, ou seja, à formalização do seu pensamento sobre o desenho, sua produção artística se transubstanciou numa linguagem permeada pelas discussões dos rumos da arte atual. O desenho, então, passa a ser interrogado como um meio de situar o pensamento, a construção e materialização da própria linguagem e a sugestão de significados dos passos, também conceituais, da vivência do artista.

Ao pensar, expressar e dizer sobre a linguagem do desenho, Evandro Nicolau encontrou algumas de suas faces que, às vezes, resgatam conceitos mais clássicos e outras tecem um fazer artístico que intercepta no seu trajeto criador contemporâneo as novas mídias e a filosofia, ou seja, um modo de apresentar resultados da criação em um trabalho de escrita que congrega o desenho. O artista se envolveu em um projeto de pensar a poesia e a prosa de vivências no visível do mundo: Evandro sempre transformou suas intenções em escrita, desenhos, objetos e fotografias, orquestrando heranças próprias, referências fundamentais da arte e o interrogar incessante sobre sua contemporaneidade como artista.

Evandro Nicolau apresenta cerca de trinta trabalhos em ócios do ofício, a partir de 11 de agosto, na Casa Galeria
(http://www.casagaleriacafe.com.br), em São Paulo. Nomeados pelo artista, a mostra abre espaços de “memória”, “esboço”, “scriptorium” e “semântica”. Essas designações levam a alguns sinais do seu trabalho criador: em “memória”, seis trabalhos em azul e vermelho, alternadamente, partem de seis versos e, ao situar objetos e possíveis identidades, luzes e vazios, tornam-se estrofes da lembrança preservada nos líquidos, iluminadas e desfeitas. Em “esboço”, os desenhos são estrofes autônomas que preparam articulações de outras imagens com o texto; “scriptorium” vai revestindo as ausências e os traços provisórios com o desenho-palavra e “semântica” define o encontro do artista com o objeto e a significação conceitual: objeto e proposição se definem, sentença e desenho surgem juntos, se articulando em várias impressões. Agora, o artista ilumina sua poética de arqueologias escavadas no próprio ser: o mundo dos fenômenos que emerge em origens, horizontes de conhecimentos, passagens e procedimentos. No seu conjunto, apresentam uma expressão significativa para a arte atual e em cujas malhas deixam passar o olhar de Evandro Nicolau nutrido por tensões da própria visualidade contemporânea: o desenho, a idéia na expressão, no gesto, na matéria, na linguagem atual e, por fim, uma intenção metafísica da cultura de hoje apreendida nesses interstícios.

Carmen S. G. Aranha[1]

São Paulo, junho de 2010



[1] Professora Associada do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MACUSP. Livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes – ECAUSP.