projeto ócios do ofício
Blog referente a produção artística e projeto de exposição ócios do ofício do artista Evandro Nicolau
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
ÓCIOS DO OFICIO NA GALERIA DA FAAL - LIMEIRA
Obrigado a Simone Peixoto e Flavia Garboggii pelo gentil convite!
sábado, 13 de agosto de 2011
Poesia de Marco Piantã - ócios do ofício
terça-feira, 26 de julho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
ÓCIOS DO OFÍCIO
http://www.casagaleriacafe.com.br
Professora Associada do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MACUSP. Livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes – ECAUSP
Jaboticabal, 1974
Educador, artista e curador, Evandro Nicolau é graduado pelo Instituto de Artes da UNESP e mestre pelo Programa Interunidades em Estética e História da Arte da USP. Nossa convivência teve início em 2004 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e aí, nas inúmeras vezes que passamos discutindo os rumos de seu trabalho, o interesse comum pela linguagem artística do desenho amalgamou uma conversa que já perdura quase sete anos. Muito profícua para a compreensão dos significados da criação artística, acabou enveredando pelos rumos de uma organização acadêmica: Desenhar: pensamento, expressão e linguagem, dissertação de mestrado defendida por Evandro no Programa Interunidades em Estética e História da Arte da USP, em 2010. Junto a essa produção, ou seja, à formalização do seu pensamento sobre o desenho, sua produção artística se transubstanciou numa linguagem permeada pelas discussões dos rumos da arte atual. O desenho, então, passa a ser interrogado como um meio de situar o pensamento, a construção e materialização da própria linguagem e a sugestão de significados dos passos, também conceituais, da vivência do artista.
Ao pensar, expressar e dizer sobre a linguagem do desenho, Evandro Nicolau encontrou algumas de suas faces que, às vezes, resgatam conceitos mais clássicos e outras tecem um fazer artístico que intercepta no seu trajeto criador contemporâneo as novas mídias e a filosofia, ou seja, um modo de apresentar resultados da criação em um trabalho de escrita que congrega o desenho. O artista se envolveu em um projeto de pensar a poesia e a prosa de vivências no visível do mundo: Evandro sempre transformou suas intenções em escrita, desenhos, objetos e fotografias, orquestrando heranças próprias, referências fundamentais da arte e o interrogar incessante sobre sua contemporaneidade como artista.
(http://www.casagaleriacafe.com.br), em São Paulo. Nomeados pelo artista, a mostra abre espaços de “memória”, “esboço”, “scriptorium” e “semântica”. Essas designações levam a alguns sinais do seu trabalho criador: em “memória”, seis trabalhos em azul e vermelho, alternadamente, partem de seis versos e, ao situar objetos e possíveis identidades, luzes e vazios, tornam-se estrofes da lembrança preservada nos líquidos, iluminadas e desfeitas. Em “esboço”, os desenhos são estrofes autônomas que preparam articulações de outras imagens com o texto; “scriptorium” vai revestindo as ausências e os traços provisórios com o desenho-palavra e “semântica” define o encontro do artista com o objeto e a significação conceitual: objeto e proposição se definem, sentença e desenho surgem juntos, se articulando em várias impressões. Agora, o artista ilumina sua poética de arqueologias escavadas no próprio ser: o mundo dos fenômenos que emerge em origens, horizontes de conhecimentos, passagens e procedimentos. No seu conjunto, apresentam uma expressão significativa para a arte atual e em cujas malhas deixam passar o olhar de Evandro Nicolau nutrido por tensões da própria visualidade contemporânea: o desenho, a idéia na expressão, no gesto, na matéria, na linguagem atual e, por fim, uma intenção metafísica da cultura de hoje apreendida nesses interstícios.
Carmen S. G. Aranha[1]
São Paulo, junho de 2010
[1] Professora Associada do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MACUSP. Livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes – ECAUSP.